A solidão desta viagem
é como lâminas de gelo
que penetram na minha alma,
cortando em pedaços meu corpo
que já não sente o calor do seu,
nem enxerga a luz do teu olhar.
Longe vejo um nevoeiro na noite fria,
Penso que jamais a verei,
A viagem segue, sem rumo,
À deriva, já não vejo o brilho das estrelas,
Companheiras de viagem.
Aproxima-se a tormenta, devasta a
Esperança de te encontrar,
Sinto paz, já não sinto frio,
Já não há mais tormenta.
Esperança de te encontrar?
Só restou tua imagem na escuridão do nevoeiro,
Dos olhos que já não podem enxergar,
Talvez, quem sabe?
Já não estejas mais aqui,
Quando a tormenta passar.
Hênio Cavalcanti Filho